domingo, 17 de abril de 2011


Cinema no Consultório


O Núcleo de Estudos Junguianos da Bahia recomeça suas atividades grupais em 2011 com a interpretação do Filme Cisne Negro sob a luz da Psicologia Junguiana. O filme é dirigido por Darren Aronofsky, o mesmo de “Fonte da Vida”  e tem a participação de Natalie Portman que ganhou o Oscar de melhor atriz neste ano.





sábado, 16 de abril de 2011


 O Significado da Páscoa



Estamos às vésperas da Páscoa, uma Festa carregada de magia e  espiritualidade.

Durante esse período, crianças, adolescentes e muitos adultos ficam hipnotizados pela atração principal da festa: os Ovos de Páscoa que lotam as prateleiras das lojas e supermercados.

Mas, e o verdadeiro espírito da Páscoa? Quais são as origens desta Festa e a de seus símbolos? 

A Páscoa é uma das datas comemorativas mais importantes entre as culturas ocidentais. O termo “Páscoa” tem uma origem religiosa que vem do latim Pascae e do grego Paska e encontra entre os hebreus seu mais remoto significado; Pesach, que quer dizer Passagem.
 
 A Páscoa é, portanto uma Festa de Passagem...  
 
 Na filosofia pagã, o Homem e a Natureza são indissociáveis. Celebrar os ciclos, ou os seus vários momentos, era um modo de mostrar à Natureza (aos seus deuses) a gratidão de expressar a alegria pelos dons recebidos e, em vários momentos, devolver à Terra aquilo que por ela era proporcionado. Magicamente, ofertava-se à Natureza o fruto do trabalho, para garantir que este seria sempre colhido, que o equilíbrio natural se preservaria e o suceder das fases seria contínuo. Por isso as festas coincidiam com as principais mudanças da Natureza como o nascer e o por do sol ou o início das estações (equinócios de primavera e outono e solstícios de verão e inverno) que eram assim ritualizadas e constituíam as Festas de Passagem.

 Informações Históricas relatam que entre alguns povos pré-cristãos da Europa Ocidental, há milhares de anos, já se celebrava uma Festa de Passagem no Equinócio de Primavera.

 Os Celtas foram um destes povos que comemoravam nesta época, uma festa chamada Ostara em homenagem a Deusa Eostre, divindade saxônica da fertilidade, cujos símbolos eram o ovo e o coelho. Era um festival de plantio, onde se pediam as bênçãos para a germinação das sementes recém-plantadas, sendo o momento do acasalamento dos animais. Simbolicamente a Deusa em sua fase Donzela e o Jovem vigoroso Deus estão plenos de força e maturidade sexuais estando prontos para o Hierogamos. 

 A Páscoa Judaica, é uma data com um significado muito importante, pois marca a saída, por volta de 1250a.C, deste povo do Egito, onde foram aprisionados pelos faraós durante vários anos. Está relacionada com a passagem dos hebreus, liderados por Moisés, pelo Mar Vermelho e pelo deserto. 

 Os primeiros Cristãos comemoravam no Equinócio de Primavera, a Páscoa ou Ressureição de Jesus. Hoje a data é compartilhada em todo o planeta e é por isso que os países como o Brasil que estão no Hemisfério Sul a festeja no Equinócio de Outono.  

 Na Páscoa, ou Semana Santa, como se convencionou chamar, se rememora os  últimos sete dias da vida terrena de Jesus. Tem início com a sua entrada em Jerusalém, no domingo de Ramos, passando pela Santa Ceia na sexta-feira, seguida por todos os acontecimentos da prisão, tortura, crucificação, morte e passagem para o mundo espiritual. No Domingo de Páscoa, três dias depois, Jesus reaparece em Corpo Espiritual ou Corpo de Luz, para alguns dos apóstolos, ressuscitando.

Ressureição significa entrar na dimensão eterna do nosso SER, do Si-mesmo  ou Arquétipo do Self, centro profundo e transpessoal.

 Jesus é o Arquétipo da Grande Sintese, do Humano e do Divino. Da união das polaridades, do encontro do sofrimento e da morte com a Ressureição. É preciso encontrar Jesus no Caminho do Meio. Esse é o trabalho de toda nossa vida minuto após minuto. 

 Na Psicologia Junguiana, a Jornada de Vida de Jesus é simbolisado pelo Processo de Individuação, que significa o desenvolvimento espiritual de um Ser humano consciente de sua trajetória, em suas várias fases do nascimente até a morte.

 A Páscoa tem o sentido de nascimento, (nosso próprio nascimento) ou renascimento para algo novo, melhor. É uma festa que celebra a esperança em relação a vida, a possibilidade de um novo começo, um recomeço.

É a época perfeita para as mudanças verdadeiras, internas e externas, transformando aquilo que não queremos mais em nós ou em nossa vida. Fazer uma reciclagem do nosso lixo emocional e das atitudes e crenças que já estão obsoletas dentro de nossa Psique, para sermos melhores e mais inteiros. Ousar transgredir e ir além de nós mesmos para amadurecer e expandir a Consciência. Morrer e renascer, fechando ciclos e abrindo novos em nome da Evolução.

  A Páscoa é cercada de vários símbolos que lhe conferem essa atmosfera de sinais de mudanças e renovação.

 O Coelho no antigo Egito simbolizava o nascimento, e estava relacionado à Lua, o que fez com que apesar de ser um mamífero e, por conseguinte não botar ovos, assumisse o papel de reprodutor e entregador dos ovos de Páscoa tanto pela sua rapidez quanto pela capacidade de reprodução. Símbolo da fertilidade remete a preservação da espécie, ao nascimento e a esperança de novas vidas.

 O ovo está relacionado à origem, princípio, nascimento e germe da vida, é símbolo de fecundidade. Entre os cristãos é símbolo da ressurreição. 

 Páscoa é a passagem para novos ciclos de vida, com suas mortes psíquicas e aprendizagens, vivências e experiências. 

É Renovação, Liberdade, Fertilidade, Ressurreição, em síntese, a comemoração da VIDA!
 

“NÃO SOMOS SERES HUMANOS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA  ESPIRITUAL,  SOMOS SERES ESPIRITUAIS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA HUMANA”.




Feliz Vida para Você 

  Bibliografia:
 . Schmidt, Silvia : A Páscoa é a passagem pela vida
 . Duarte, Jan : A Celebração dos Ciclos Naturais
 . Leloup, Jean-Yves: Caminhos da realização
 . Belotti,Sonia: Aproveite a Páscoa para mudar 


Márcia Hita: Médica e Psicoterapeuta Junguiana, Membro do Núcleo de Estudos Junguianos da Bahia e do CIT: Colégio Internacional dos Terapeutas.